Palestra discute protagonismo feminino na agricultura familiar; ações podem render até US$ 1 trilhão à economia global


De acordo com estudos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a promoção da igualdade das mulheres nos sistemas agroalimentares poderia impulsionar a economia global em até 1 trilhão de dólares. Além disso, poderia reduzir a insegurança alimentar para 45 milhões de pessoas. Apesar do potencial, as representantes femininas na agricultura seguem trabalhando muito, sem uma adequada rede de apoio, e ganhando menos que homens.

Os dados foram apresentados durante  a palestra "O papel das mulheres rurais para o fortalecimento da agricultura familiar", iniciativa da Comissão Permanente de Gestão Socioambiental em parceria com a Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região (Ejud-2). Segundo a palestrante Úrsula Zacarias, líder de ações de gênero para o desenvolvimento de mulheres rurais no Brasil e representante da FAO, a visão da instituição é de que “para que se alcancem metas e desafios relacionados a questões ambientais, é preciso fazer uma abordagem igualitária e inovadora para superar as brechas de gênero”. O evento aconteceu nessa segunda (12/6), no Fórum Ruy Barbosa, em São Paulo, e integra as comemorações da Semana Mundial do Meio Ambiente do mês de junho. (Confira fotos ao final do texto).

As discussões demonstram que o  desafio é grande: no cenário contemporâneo, a mulher no meio rural é invisibilizada, inclusive com mais dificuldades de conseguir acesso a políticas públicas. “Por isso a necessidade de se realizar um trabalho junto aos governos, representantes da sociedade civil e entidades privadas para promoção de ações que consigam alterar esse quadro”, disse Úrsula.

Para atingir os objetivos, a representante da ONU ressalta ser preciso melhorar o acesso a recursos, crédito e tecnologias; fornecimento de acesso à terra, com oferta igualitária de empregos, renda e oportunidades; igualdade salarial; e proteção social. Defende, ainda, que o acesso a creches e escolas integrais para crianças têm efeito positivo na atuação das mães e que o trabalho com grupos organizados de mulheres aumenta o empoderamento delas como gestoras e provedoras.

Mesa de abertura

A mesa de abertura da palestra contou com a desembargadora-presidente do TRT-2, Beatriz de Lima Pereira, que destacou que "o quadro de invisibilidade da mulher rural a torna distante do patamar merecido na sociedade", dada sua importância no fortalecimento da agricultura familiar. A desembargadora Regina Aparecida Duarte, presidente da Comissão Permanente de Gestão Socioambiental e mediadora da palestra, ressaltou a importância do evento em um momento que se celebra o meio ambiente e a sustentabilidade. “A escolha do tema tem dois vieses: a diferença que a mulher faz na economia com o esforço próprio e a importância da agricultura familiar, responsável por um percentual muito grande da comida que chega em nossas mesas”, disse a magistrada. Completou a mesa o desembargador Alvaro Alves Noga, diretor da Ejud-2, que ressaltou a importância de “ouvir sobre o papel da mulher como gestora do ambiente em que vive e está inserida”.

Feira de agricultura familiar

Além dessa palestra, também compõe a Semana Mundial do Meio Ambiente a feira da agricultura familiar. Montada na Praça da Justiça do fórum, a feira está aberta para visitação até esta quarta (14/6), das 8h às 14h. Nela ocorre a exposição e venda de produtos orgânicos pela Associação de Agricultura Orgânica do Parque da Água Branca. O Fórum Ruy Barbosa fica na avenida Marquês de S. Vicente, 235 - Barra Funda - São Paulo/SP. 

 

           

          

 

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Atualizado por Secretaria de Comunicação Social (secom@trtsp.jus.br)
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