Evento no TRT-2 celebra o orgulho LGBTQIAPN+ e reforça luta contra a discriminação

Igualdade e Diversidade


O TRT-2 sediou, nessa quinta-feira (26/6), o primeiro dia de palestras da “Semana do Orgulho LGBTQIAPN+ 2025”. Promovido pela Escola Judicial da 2ª Região, o evento é voltado a promover debates e reflexões sobre desafios e avanços na luta por direitos, combate à discriminação e promoção de um ambiente de trabalho acolhedor e respeitoso. A segunda etapa da ação ocorre nesta sexta-feira (27/6), a partir das 14h, com transmissão pelo YouTube. Confira álbum de fotos.

Na abertura, o encontro contou com participação do advogado Paulo Iotti, doutor em direito, especialista em direitos da diversidade sexual e de gênero e autor da ação que resultou na criminalização da homotransfobia pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ao abordar a vivência LGBTQIAPN+ no Judiciário brasileiro, defendeu a criação de protocolo com perspectiva de diversidade sexual, a exemplo dos lançados pelo Conselho Nacional de Justiça que abordam raça e gênero.

Iotti rechaçou as críticas de que tais abordagens nos julgamentos seriam inadequadas, sob o argumento de que a Constituição determina que todos são iguais perante a lei. Segundo o advogado, deve-se considerar que alguns públicos têm tratamento desigual e discriminatório inclusive no próprio judiciário, o que pode ser corrigido com os documentos. “Eles visam concretizar a igualdade material”, ressaltou.

Em seguida, Kyem Ferreiro, ativista transmasculino e coordenador geral do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades-, propôs exercício de memória, lançando luz sobre figuras históricas e heróis da transmasculinidade, muitas vezes invisibilizados. Ele celebrou as histórias de Alexandre Peixe, ativista na luta pelos direitos trans, Leonardo Tenório, que dedicou a vida à despatologização das identidades trans. Ferreiro destacou a importância de preservar e celebrar a memória desses militantes, enfatizando que a visibilidade e o reconhecimento são cruciais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

A desembargadora Sueli Tomé da Ponte, representando o Regional, ressaltou o papel do Judiciário trabalhista na construção de um caminho de inclusão e visibilidade para o público LGBTQIAPN+. O juiz Diego Reis Massi, da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região, relatou sua experiência como membro da comunidade e reforçou a importância do evento para fortalecer o compromisso institucional com a igualdade e o respeito.

A iniciativa contou ainda com a presença da juíza Cristina de Almeida Pedreira, representando a Escola Judicial da 2ª Região; da juíza Itatiara Meurilly Silva Lourenço e da servidora Laline Brandão Magalhães, ambas do Comitê Regional do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do órgão; do servidor Fabiano dos Santos, do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo, e de Rute Alonso, assessora da vereadora Luana Alves (PSOL).

Stonewall: um marco histórico na luta por direitos

Em 28 de junho de 1969, a comunidade LGBTQIAPN+ que frequentava o bar Stonewall Inn, em Nova York, vítimas de constante violência policial, rebelou-se contra ação da polícia, fato que se tornou um marco inicial do movimento moderno pelos direitos da comunidade e fez com que a data fosse adotada mundialmente como o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+. Ao longo das palestras, os(as) oradores(as) relembraram esse momento, que serve de inspiração para a contínua busca por direitos e igualdade.

Voltar
Atualizado por Secretaria de Comunicação Social (secom@trtsp.jus.br)
Rolar para o topo