A Natureza pode ser sujeito de direitos? O reconhecimento desses direitos pode ajudar a mitigar ou frear a crise climática e toda a degradação sofrida pelo planeta?
Os Direitos da Natureza visam a contribuir para a cidadania planetária, ultrapassando a visão antropocêntrica, para que se instaure uma ética biocêntrica direcionada não somente aos seres biológicos, mas também ao mundo do trabalho e da saúde humana, em uma lógica em que as interações simbióticas e cooperativas para a transformação da sociedade são priorizadas.
Diferentemente dos povos originários, que se consideram parte da Natureza, a sociedade dominante e seu sistema jurídico a classificam como propriedade ou recurso para extração de mercadorias. Essa visão utilitarista tem provocado, há séculos, desequilíbrios ameaçadores para todas as espécies da Terra.
À medida que aumentam as pressões sofridas pelos ecossistemas, percebe-se que as leis oriundas do sistema jurídico convencional não conseguem enfrentar adequadamente a crise socioecológica da atualidade, sendo necessário estabelecer novas estratégias jurídicas que promovam a saúde planetária.
Respostas para manter e regenerar os ciclos de vida da Natureza têm sido buscadas nas cosmovisões dos povos originários – e países de todo o mundo, inclusive o Brasil, têm promovido esforços para que os Direitos da Natureza sejam estabelecidos.
Ainda existem muitos desafios para a instituição de normas formais que reconheçam os Direitos da Natureza. Convidamos tod@s a discutir o potencial de novas estruturas jurídicas para o enfrentamento da crise social, ecológica e humanitária que estamos vivendo.