EJUD2 promove palestra sobre os 10 anos da Lei Brasileira de Inclusão
O evento abordou a inclusão da pessoa com deficiência no sistema de justiça e os desafios da acessibilidade no Judiciário
A abertura do evento foi realizada pela desembargadora do TRT-2 Regina Celi Vieira Ferro, integrante da Comissão de Acessibilidade e Inclusão do Regional, que fez sua apresentação, incluindo a autodescrição, e passou a palavra ao palestrante.
O juiz do TRT-2 Márcio Aparecido da Cruz Germano da Silva abordou a aplicação da Lei Brasileira de Inclusão no sistema de justiça e os desafios para a efetivação dos direitos das pessoas com deficiência, destacando a importância da mudança de posturas e de práticas no cotidiano institucional.
Durante sua exposição, o juiz compartilhou sua trajetória como pessoa com deficiência visual, ressaltando a relevância do convívio em ambientes não segregados. “O meu referencial de vida foi muito diferente das crianças cegas que eu conhecia, porque eu convivi com pessoas que não tinham deficiência. Isso me mostrou que era possível estudar, trabalhar e viver”, afirmou.
Dr. Márcio também citou a experiência no esporte, como praticante de jiu-jitsu há 17 anos, sempre competindo com pessoas sem deficiência: “Estar em ambientes onde as pessoas enxergam gera dificuldades, mas, por outro lado, abre possibilidades. O convívio se amplia e nos desafia a ocupar espaços”.
Para o palestrante, a inclusão é um processo contínuo, que exige mudanças constantes de postura e a compreensão de que as pessoas são diferentes no acesso à educação, ao trabalho, ao esporte e à justiça, reforçando a necessidade de romper barreiras atitudinais no dia a dia.
Ao final do evento, a desembargadora Regina fez ponderações sobre a evolução da inclusão ao longo das últimas décadas, destacou a importância da convivência em ambientes inclusivos para o desenvolvimento e a construção de uma sociedade mais acessível e agradeceu ao palestrante pela riqueza das reflexões apresentadas.
Texto: Mirella Sá
Revisão: Myrna Christina Moroz