Nessa quinta-feira (12/9) foi realizado o colóquio "Aliança dos Trabalhadores para um Futuro Equitativo", uma parceria do TRT da 2ª Região com o Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA). O debate foi voltado a jovens ativistas e líderes sindicais e discutiu temas sobre a proteção de direitos trabalhistas, especialmente os que atingem grupos sociais vulneráveis. O encontro aconteceu no auditório do 24º andar do Ed. Sede do Tribunal (rua da Consolação, 1272, São Paulo-SP).
Os palestrantes, o vice-presidente sênior de estratégia e avanço da National Association for the Advancement of Colored People (NAACP), Jamal R. Watkins, e o ativista e pesquisador na área do Direito da Criança e do Adolescente, Felipe Caetano da Cunha, abordaram a história do movimento trabalhista no Brasil e nos EUA e temas correlatos.
Em sua fala, Jamal tratou sobre como o país norte-americano lucrou com o tráfico de escravos. “Tudo que a gente ouve de democracia nos EUA não começou assim, nem é assim hoje também”. O representante da NAACP abordou ainda da sindicalização e dificuldades para criação dessas entidades no país, indicando que atualmente apenas 10% da força de trabalho é filiada.
Já o ativista Felipe Caetano falou sobre a escravização negra e indígena no Brasil. Pontuou que não houve reparação e que não foi fornecida qualquer oportunidade de trabalho formal para as pessoas escravizadas após a abolição. Discutiu também sobre aspectos da pejotização, fez críticas à reforma trabalhista e apontou acontecimentos que fortaleceram o movimento laboral no país. Ainda, falou que tanto os sindicatos quanto a Justiça do Trabalho precisam ser fortalecidos. “Se não houvesse a Justiça do Trabalho, os direitos trabalhistas no nosso país já teriam sido extintos há muito tempo”.
Abertura
Em fala inaugural do evento, a desembargadora-presidente do TRT-2, Beatriz de Lima Pereira, destacou a relevância e proximidade da justiça especializada e a sociedade mencionando um episódio ocorrido na quarta-feira (11/9). Na ocasião, uma família boliviana que trabalhava em situação análoga à escravidão conseguiu fugir e se dirigiu ao Fórum Trabalhista Ruy Barbosa para pedir ajuda. “Eles não procuraram a delegacia nem o Ministério Público, mas sim a Justiça do Trabalho. Isso é emblemático para mim na importância da Justiça do Trabalho para promover o direito do trabalho e decidir as demandas trabalhistas”.
Já o cônsul geral adjunto dos Estados Unidos no Brasil, Benjamin Wohlauer, agradeceu a disponibilidade do TRT-2 e celebrou a parceria entre as instituições. Destacou também o apoio aos trabalhadores para fazer o mercado de trabalho "mais justo e igualitário".
Confira o álbum de fotos do evento.
Representantes de instituições norte-americanas e ativista brasileiro participam de evento do TRT-2 sobre trabalho decente
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