Na manhã desta sexta-feira (25/7), o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região promoveu a aula magna “Expansão do Sistema Galileu”, voltada à apresentação de nova ferramenta de Inteligência Artificial desenvolvida para apoiar o trabalho da magistratura. A atividade reuniu, entre a plateia presencial e os inscritos para acompanhar o curso de forma remota, mais de mil participantes, incluindo juízes(as) e desembargadores(as) do Regional interessados(as) em conhecer o potencial da ferramenta, que será utilizada para auxiliar na elaboração de sentenças em processos trabalhistas na fase de conhecimento. Veja o álbum de fotos.
O evento contou com palestras do juiz do TRT da 4ª Região (RS) Rodrigo Trindade de Souza, que compartilhou experiências práticas sobre o uso da solução, e da secretária de Tecnologia e Inovação do Supremo Tribunal Federal, Natacha Moraes de Oliveira, que abordou os avanços tecnológicos no âmbito do Poder Judiciário.
A seguir, confira a nota escrita pelo presidente do TRT da 2ª Região, desembargador Valdir Florindo, sobre a importância da iniciativa para a modernização e a eficiência da Justiça do Trabalho.
Caríssimas e caríssimos,
Hoje é um dia histórico para o TRT-2. Nesta manhã, celebramos, em uma aula magna marcante, a implantação oficial do Sistema Galileu, plataforma de inteligência artificial concebida pelo TRT-4, e que já vem sendo utilizada com enorme êxito: em apenas dois meses, mais de um terço das sentenças daquele Tribunal passaram a contar com seu apoio direto. Agora, graças ao Acordo de Cooperação Técnica firmado em abril, o Galileu chega oficialmente ao TRT-2, inicialmente para o 1º grau, com expectativa de, em breve, ser expandido ao 2º grau.
Esse avanço sucede iniciativas também pioneiras, como o Chat‑JT, o Pangea e o Gemini, mas as supera em profundidade tecnológica e impacto institucional. O Galileu lê petições iniciais e contestações, resume pedidos e defesas, organiza a estrutura lógica da sentença e oferece subsídios extraídos de precedentes vinculantes e de decisões anteriores de cada magistrado, com base em bancos de dados seguros, validados e indexados. Todo o fluxo ocorre com revisão humana obrigatória, em plena conformidade com as Resoluções CNJ nº 332/2020 e nº 615/2025, que regulamentam o uso ético, transparente e responsável da inteligência artificial no Poder Judiciário.
O Galileu não substitui o ser humano. Pelo contrário: ele o valoriza. Ao automatizar tarefas repetitivas e operacionais, liberta magistradas e magistrados para o essencial: julgar com técnica, sensibilidade e atenção plena às partes e às nuances de cada caso concreto. A inteligência artificial, neste caso, representa a oportunidade de julgar com ainda mais humanidade.
Temos, ainda, o orgulho de anunciar que o TRT-2 acaba de ser oficialmente designado polo capacitador nacional do Galileu. A partir de São Paulo, formaremos magistradas, magistrados, servidoras e servidores de todo o país no domínio e na aplicação dessa nova tecnologia.
Com esse passo, o TRT-2 reafirma seu papel na transformação tecnológica do Judiciário, inovando com responsabilidade e fiel à sua missão institucional. Quando bem conduzida, a tecnologia não apenas moderniza: potencializa a cidadania nas relações de trabalho, reforça a segurança jurídica e fortalece a confiança social, com uma Justiça mais célere, qualificada e acessível.
Convido toda a comunidade jurídica a acolher o Galileu com entusiasmo e com consciência institucional, certos de que a Justiça do Trabalho segue indispensável — ontem, hoje e amanhã.
Valdir Florindo
Desembargador-presidente do TRT-2